Tudo é o tempo.

 

 De repente, a criança que dava risada de tudo, parou de sorrir. O sentido, outrora não fazia sentido. Agora tudo merecia explicação. Quem perdoava sem ressentimento, esquecendo de fato, aos poucos exigia promessa de que aquilo nunca mais aconteceria. A brincadeira, a diversão e a alegria simplesmente do nada foram substituídas pelo trabalho, pela preocupação e pelo cansaço. Contudo chega um instante da vida em que as coisas mínimas começam a ter razão. A simplicidade tem mais filosofia do que as coisas complexas. As rugas tentam refletir um passado fragmentado que ainda vive na memória, mas infelizmente é tarde demais. O que tinha para ser aproveitado foi. O que tinha para ser vivido já passou. Na terra o homem começa a fazer moradia. Tudo isso é a vida. Na esteira, na corrida. Tudo é o tempo e o amanhã não pertencem a mim, eu quero o hoje.